"(...) A partilha das situações mais triviais do dia-a-dia define o nosso nível de
compromisso. É talvez por isso que sorrio baixinho sempre que vejo a escova de
dentes dela misturada com a minha. Sinto que, esse namoro das escovas de dentes,
define o nosso namoro. Gosto de pensar que há, realmente, um sentido romântico
neste pequeno pormenor. Que o simples facto dela ter deixado a escova por aqui,
me fez perceber que sonha acordar amanhã ao meu lado - e depois de amanhã, e
depois de depois de amanhã, e assim sucessivamente até ao fim dos nossos dias.
Todos os actos têm consequências e, neste caso, gosto de pensar que a
consequência das escovas de dentes é um amor para vida. O ponto de partida para
uma longa jornada. O primeiro grande acto – num pormenor tão pequeno. É que isto
dos amores é uma coisa simples que nós tornamos complicada. Numa relação para a
vida não basta querermos adormecer juntos, também temos de querer acordar
juntos. Partilhar as olheiras, o mau-hálito matinal, as ramelas, os bocejos.
Partilharmo-nos no nosso estado mais vulnerável. O amor é mesmo isso:
partilharmo-nos no nosso estado mais vulnerável. Não é?"
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