A uma semana da Páscoa. Tenho tido um ano mau, muito mau. E agora, a uma semana da Páscoa percebi. Acabaram-se os folares da minha avó. E as sopas ao borralho. E as favadas com batata nova acabadas de colher. Este ano não há maratonas que começam de madrugada para fazer as fornadas de bolos da Páscoa para nós e para os vizinhos. Nem haverá nos próximos anos. Porque ninguém os faz como ela. E eu choro. Choro desalmadamente. Não por não voltar a comer algo com o sabor que só ela sabe dar a estes pratos. Mas por tudo o que isso significa. Caiu-me a ficha agora. E só me apetece desaparecer.