quinta-feira, 22 de maio de 2014

Sou uma romântica incurável.

"Quando andava a percorrer O Caminho vi muitas coisas, conheci muitas pessoas, algumas acabei por esquecer temporariamente mas de vez em quando chegam-me lembranças delas ao pensamento, é como se estivessem adormecidas e de repente acordassem na minha memória. Talvez isto me aconteça porque foram dias muito intensos em sensações. Só na semana passada é que me lembrei que quando estávamos a sair de León o meu colega parou para nos contar como tinha caído ali numa outra viagem, enquanto conversávamos e riamos do aparatoso acidente que ele teve vimos uma carta em cima da marcação do Caminho, a carta estava escrita em Alemão e eu com os meus fantásticos conhecimentos de quem estudou três anos desta maravilhosa língua e não percebe um caralho do que eles dizem ou escrevem fiz um ar sério e compenetrado, li a carta e cheguei à brilhante conclusão que era de uma caminhante oriunda da Alemanha (o facto da carta estar escrita em Alemão é capaz de me ter ajudado) que ficou a pernoitar no mesmo albergue que um caminhante Italiano, se bem me recordo o nome dele era Filipe, ou algo parecido com isso e ficou completamente apaixonada, na carta ela dizia que adorou conversar com ele, que sonhou com ele (não sei como conseguiu no meio de tantos roncos que se ouvem nos albergues, mas enfim) e que por pura estupidez na manhã seguinte se fez ao Caminho sem falar com ele novamente e sem lhe dizer o que estava a sentir. No final ela deixava-lhe o seu contacto e dizia que tinha intenção de espalhar cartas iguais aquela pelo restante Caminho, com esperança que ele encontrasse alguma delas."
 
É bonito, pois é? :D



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